Turistas pagarão até R$ 90 para entrar em Morro de São Paulo; nova taxa também chegará a Boipeba
- edmaisfmsite
- 6 de nov.
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A partir do final de dezembro, os visitantes que escolherem Morro de São Paulo, um dos destinos turísticos mais procurados da Bahia, terão que desembolsar um valor maior para entrar na ilha. A chamada Tarifa de Preservação e Uso do Patrimônio do Arquipélago Municipal (Tupa) será reajustada de R$ 50 para R$ 90. Já em Boipeba, também pertencente ao município-arquipélago de Cairu, o valor inicial da cobrança será de R$ 60, com início previsto para 10 de janeiro de 2026.
A decisão foi informada por membros do trade turístico de Cairu ao portal BNews nesta quarta-feira (5). Segundo o grupo, a medida foi comunicada oficialmente pela Prefeitura durante uma reunião realizada há cerca de uma semana, o que gerou descontentamento entre empresários e representantes do setor.
De acordo com os integrantes do trade, o reajuste em Morro de São Paulo entrará em vigor a partir do dia 26 de dezembro, coincidindo com o início da alta temporada. A assessoria de comunicação da Prefeitura de Cairu confirmou que há uma proposta de reajuste em andamento, mas afirmou que ainda não há definição oficial de percentual, prazos ou detalhes sobre a aplicação em Boipeba.
Motivo alegado: destinação do lixo ao aterro sanitário
A Prefeitura de Cairu justifica a cobrança da Tupa afirmando que os recursos são destinados ao transporte do lixo gerado nas ilhas até o aterro sanitário de Santo Antônio de Jesus, distante cerca de 60 quilômetros. A gestão municipal argumenta que o valor atual da taxa não cobre os custos logísticos dessa operação, e que o aumento seria necessário para equilibrar as contas do serviço.
No entanto, empresários locais questionam não apenas o reajuste, mas também a falta de transparência na administração da taxa, atualmente gerida pela empresa CashPago, responsável pela arrecadação e controle de entrada de visitantes no arquipélago.
“Há muito tempo solicitamos uma auditoria independente para verificar os números reais de turistas que chegam às ilhas. Sem essa verificação, não é possível saber se os valores cobrados correspondem à realidade”, afirmou um empresário do setor hoteleiro, sob anonimato.
Dúvidas sobre os dados de arrecadação
Os questionamentos aumentaram após divergências entre os números apresentados pela empresa e a capacidade de hospedagem da ilha. Segundo o trade turístico, a CashPago informou que em fevereiro deste ano Morro de São Paulo recebeu 16 mil visitantes, mas o destino possui cerca de 8 mil leitos disponíveis.
“Os números não batem. Pedimos que a Prefeitura cobre explicações da empresa, mas o que percebemos é uma postura de defesa da CashPago em vez de fiscalização”, completou o empresário.
Prefeitura promete esclarecimentos
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Cairu informou que enviará uma nota oficial com informações detalhadas sobre a proposta de reajuste e sobre a eventual cobrança em Boipeba. A gestão afirma que o objetivo é garantir a sustentabilidade ambiental e financeira das ilhas que compõem o arquipélago.
A reportagem do BNews reforçou que o conteúdo será atualizado assim que novas informações forem divulgadas pela administração municipal.
Contexto
O arquipélago de Cairu é composto por 26 ilhas, entre elas Morro de São Paulo, Boipeba, Cairu e Tinharé, e é considerado uma das principais áreas turísticas do litoral baiano. A Tarifa de Preservação Ambiental foi criada como forma de compensação pelos impactos da atividade turística, mas o novo reajuste reacendeu o debate entre sustentabilidade, custos operacionais e transparência pública.












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