Na Câmara, Hildecio critica órgãos de controle e ataca a imprensa em meio a polêmico empréstimo
- edmaisfmsite
- 28 de ago.
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Atualizado: 29 de ago.

Na manhã desta quarta-feira, o prefeito de Cairu, Hildecio Meireles, ocupou a tribuna da Câmara Municipal para tentar justificar denúncias recentes envolvendo a administração municipal, respaldadas em informações do Ministério Público da Bahia (MP-BA), do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e de documentos que chegaram ao conhecimento público.
Em seu pronunciamento, o gestor adotou um tom agressivo contra a imprensa regional, direcionando ataques pessoais e utilizando adjetivos depreciativos, numa tentativa de desqualificar o trabalho de profissionais que atuam há décadas na comunicação da região.
Um dos alvos foi o radialista Cláudio Cacau, conhecido profissionalmente como “Cacau”, que atua há 34 anos no rádio baiano, tendo prestado relevantes serviços à comunidade de Cairu, inclusive à frente da Cairu FM, a primeira rádio comunitária do município. Ao tentar associar o comunicador a influenciadores críticos da gestão, o prefeito buscou confundir a opinião pública e desviar o foco das cobranças legítimas que vêm sendo feitas pela categoria da imprensa.
Historicamente, Hildecio tem um comportamento de proximidade seletiva com comunicadores: quando precisa, solicita apoio e espaço na mídia; quando contrariado, adota posturas de intimidação e desvalorização. Esse cenário já foi vivenciado em diferentes momentos, inclusive com atrasos de pagamentos, cortes de valores acordados e tentativas de manipulação editorial.
Segundo Cacau, a imprensa regional tem enfrentado uma sistemática desvalorização por parte da atual gestão. Profissionais foram desligados por cobrar pagamentos atrasados de contratos após reivindicarem o que lhes era devido, enquanto outros tiveram de suportar cortes e atrasos que comprometem sua dignidade profissional.
“Sempre fui um profissional independente, sem me submeter a conveniências políticas. O prefeito sabe que já me pediu, em diversas ocasiões, para defender sua imagem. Portanto, não tem autoridade moral para questionar a credibilidade da imprensa”, afirmou o radialista.
Outro ponto polêmico do discurso do prefeito foi a crítica direta ao Ministério Público, insinuando que o órgão deveria “investigar melhor” antes de emitir notificações — declaração que sinaliza um incômodo com os avanços das apurações sobre a administração municipal.
A tentativa de inverter responsabilidades e transferir ataques à imprensa revela, na prática, o desconforto de uma gestão acuada por questionamentos legítimos e por investigações oficiais.
“O prefeito mira na pessoa errada. Como ensina a própria Bíblia, muitas vezes o inimigo não é quem está diante de nós, mas quem está ao nosso lado”, destacou Cacau, ao rebater as acusações.
Em um município cuja história mistura tradição, fé e política, o episódio reforça um alerta: não é a imprensa que deve explicações à sociedade, mas sim a gestão municipal que precisa responder às investigações e às cobranças por transparência.












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