Igrapiúna: A “Cidade do Prefeito Tartaruga” e a Ironia de Viver Sem Água
- edmaisfmsite
- 21 de set.
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Atualizado: 21 de set.

Igrapiúna, no coração do Baixo Sul da Bahia, ganhou um apelido nada honroso: a “Cidade do Prefeito Tartaruga”. A metáfora não é exagero. A gestão municipal arrasta-se em lentidão, enquanto a população enfrenta problemas que beiram o inaceitável.
A maior ironia está no básico: a falta de água em um município cortado por rios e dono da maior cachoeira da Costa do Dendê, a imponente Pancada Grande. Sim, em terras de abundância hídrica, a realidade é de escassez. Moradores só conseguem abrir a torneira das 5h da manhã às 13h. Depois disso, cada família se vira: quem tem tanque ou balde guarda um pouco, quem não tem convive com a seca dentro de casa.
E a EMBASA? Continua cumprindo apenas um ritual: entregar contas no fim do mês, com valores que beiram o absurdo, mesmo fornecendo água só pela metade do dia. Serviço precário, tarifa cheia.
Denúncias já ecoaram em rádios locais. Indignação não falta. Mas o que se vê é uma novela de silêncio e omissão. A Câmara de Vereadores, que deveria fiscalizar, parece sem voz. O Executivo municipal, lento como uma tartaruga, não dá respostas. E o Ministério Público da Bahia? Vai continuar assistindo de camarote enquanto a EMBASA e a Prefeitura castigam a população?
A pergunta que ecoa nas ruas é direta:
👉 O MP-BA vai esperar uma tragédia de saúde pública para intervir?
👉 Vai deixar que uma cidade cercada de rios continue dependendo de baldes para sobreviver?
👉 Ou vai cobrar da EMBASA e da administração municipal soluções concretas já?
Igrapiúna vive hoje a contradição cruel de ser terra de água, mas povo da sede. E essa não é apenas uma metáfora política: é um atentado ao direito humano mais básico — o acesso à água potável.
Se a Prefeitura não anda, se a Câmara não fala e se a EMBASA não cumpre, resta ao Ministério Público decidir se vai agir ou se vai compactuar com a secura institucional que consome a dignidade da cidade












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