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Bahia avança na política de resíduos, mas passivos ambientais persistem na Costa do Dendê

  • edmaisfmsite
  • há 4 dias
  • 2 min de leitura

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O Ministério Público da Bahia (MP-BA) firmou acordo com 20 municípios para acelerar o encerramento humanizado de lixões e implementar soluções adequadas para o tratamento de resíduos sólidos. O movimento representa um avanço importante no cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que desde 2010 determina o fim dos depósitos a céu aberto — uma exigência que o país acumula em atraso há mais de uma década.


Mas, enquanto a Bahia registra progressos em várias regiões, a Costa do Dendê continua sendo um dos retratos mais sensíveis e contraditórios da gestão ambiental no estado.


Na estrada que leva à Praia de Pratigi, turistas e moradores ainda se deparam com o lixão de Ituberá, um passivo ambiental que segue ativo, expondo comunidades, trabalhadores informais e ecossistemas costeiros a riscos contínuos. A cada dia sem solução, o impacto sanitário, social e ambiental se aprofunda — e a contradição se torna mais evidente em uma região que depende intensamente do turismo.

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Cairu, município insular conhecido por abrigar destinos como Morro de São Paulo, Boipeba e Tinharé, representa outro ponto de atenção. Embora tenha feito esforços para aprimorar a retirada e destinação do lixo do arquipélago, a cidade ainda convive com a triste realidade dos lixões, que insistem em ocupar espaços sensíveis e fragilizados pelo fluxo turístico e pela limitação geográfica.

Mesmo com ações recentes, o problema permanece longe da solução definitiva.


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Lixão do Morro de São Paulo. Cairu Ba


O contraste entre os compromissos assumidos nos novos acordos e a realidade da Costa do Dendê revela uma verdade incômoda: há municípios avançando, mas há outros à margem, onde a falta de estrutura, investimento e continuidade administrativa impede a superação dos passivos ambientais históricos.


O desafio baiano, portanto, vai além de firmar pactos. Exige fiscalização contínua, políticas públicas duradouras, transparência e vontade política — especialmente em regiões turísticas onde a imagem, a economia e a saúde pública dependem diretamente de uma gestão de resíduos consistente.


Enquanto o estado avança no papel, a Costa do Dendê segue cobrando ações concretas para que o fim dos lixões deixe de ser promessa e finalmente se torne realidade.

 
 
 

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