Taxa de R$ 10 para entrar em Valença causa debate acalorado na Câmara

A chegada do projeto que institui uma taxa de R$ 10 para visitantes que entrarem em Valença pelos terminais marítimos provocou um dos debates mais tensos do ano na Câmara Municipal. Enviado pela prefeitura em regime de urgência, o texto dividiu os vereadores e abriu uma discussão mais ampla sobre o avanço das cobranças públicas no município.

O vereador Durval foi o primeiro a reagir, solicitando vistas — pedido negado pela Casa. Ele então votou contra e criticou duramente o Executivo por encaminhar uma proposta “sem parecer técnico eficaz, sem tabela de custos e sem ouvir as associações que, por direito, precisam ser chamadas ao debate”.

Também se posicionaram contra os vereadores Lau de Lero e Ryan, este último afirmando que a prefeitura passou o último ano aumentando tributações e pressionando a população, e que um projeto dessa natureza, sem diálogo, não deveria sequer tramitar.

Do lado do Executivo, o procurador municipal Alcides Bulhões defendeu que a cobrança seria uma tarifa direcionada apenas a quem utiliza equipamentos públicos como terminais marítimos e serviços de ancoragem. Ele ressaltou que não atingiria valencianos nem pescadores que fazem uso diário dos espaços.

Mas o clima no plenário foi de preocupação. Para muitos, a proposta sinaliza uma tendência que começa a ganhar corpo no município. Parece que a onda de cobrar taxa de entrada em destinos turísticos picou Valença. Além da taxa TAPUIA nos terminais, já circula nos bastidores que a praia do Guaibim pode ser a próxima a entrar no rol de cobranças — o que ampliou o desconforto entre vereadores e moradores.

O sentimento geral é de que, se o ritmo continuar, vai ser melhor ficar em casa — porque para andar por Valença, muito em breve, só pagando várias taxas no caminho.

Diante desse cenário, fica a questão que domina as ruas e as redes sociais:

Valença precisa mesmo de mais uma taxa? Ou o município está passando dos limites?