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Igrapiúna: a cidade onde o tempo parou… e ninguém percebeu

  • edmaisfmsite
  • 24 de jul.
  • 2 min de leitura



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Enquanto os municípios vizinhos da Costa do Dendê seguem acelerando com obras, convênios e investimentos do Governo do Estado e da União, Igrapiúna parece ter descoberto uma fórmula inédita de administração pública: a estagnação como política de governo.


Valença inaugura unidades de saúde. Camamu amplia escolas. Nilo Peçanha recebe infraestrutura urbana. Taperoá ganha reforço no PAC da Saúde. Ituberá avança com pavimentações e equipamentos. E Igrapiúna? Bem, Igrapiúna assiste — de longe — ao desenvolvimento passar pela BR-001 sem sequer dar uma buzinada.


PAC da Saúde? Aqui não!


Lançado em rede nacional, o novo PAC da Saúde promete transformar a atenção básica em dezenas de municípios baianos. UBSs, reformas e modernização dos serviços. Só esqueceram de avisar a Igrapiúna. Pelo visto, o mapa do Ministério da Saúde deve ter uma sombra misteriosa exatamente sobre o território da cidade. Ou talvez o sinal de Wi-Fi da prefeitura estivesse fraco no dia da inscrição…


Gestão: entre viagens e contratações estratégicas


Se asfalto, UBS ou escola nova não chegam, ao menos o movimento interno na prefeitura é constante — especialmente quando se trata de nomeações. Ex-prefeitos ganham cargos, funções se multiplicam, e os gabinetes seguem aquecidos… ainda que o povo continue ao relento.


O prefeito, dizem os moradores, conhece bem os corredores do aeroporto, mas parece ter esquecido os da sede do município. Administração por controle remoto talvez seja uma inovação que só Igrapiúna conheça.


Câmara Municipal: olhos vendados ou lenço nos olhos?


Num enredo digno de tragicomédia, a Câmara de Vereadores se apresenta como a grande plateia silenciosa. Nenhuma cobrança pública por obras. Nenhuma indignação com a estagnação. Nenhuma CPI, nem um suspiro de oposição. A impressão é que os representantes do povo perderam o GPS dos anseios populares — ou trocaram por alguma rota menos turbulenta.


Obras? Só no passado


As últimas iniciativas estaduais em Igrapiúna datam de 2023: uma reforma no mercado municipal, uma pavimentação aqui, outra ali, e uma entrega de sistema de abastecimento de água. Desde então, silêncio absoluto. Nenhuma licitação, nenhum convênio, nenhuma pedra sobre pedra.


Em 2024 e 2025, nada. Literalmente nada. Nenhum projeto estadual, nenhuma obra federal, nenhum anúncio. Um município invisível aos olhos do Estado e aparentemente satisfeito em sua própria sombra.


E o povo? Esperando a eleição passar


A indefinição política pós-eleição segue travando qualquer avanço. Enquanto isso, a população segue pagando a conta da omissão com ruas esburacadas, serviços precarizados e um futuro incerto. A cidade parou — mas ninguém disse isso oficialmente. Talvez estejam esperando uma licitação até para anunciar o óbvio.



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Conclusão: uma cidade parada, uma gestão calada, e um povo cansado


Igrapiúna tem potencial. Tem história. Tem localização privilegiada. Mas vive sob uma gestão que prefere o conforto da viagem ao desconforto da realidade. Uma câmara que troca a fiscalização pela contemplação. E uma população que, infelizmente, parece cada vez mais descrente de que o progresso voltará a bater à porta.


Se depender da movimentação atual, a única certeza é que o tempo continuará passando… e Igrapiúna continuará olhando pela janela, esperando algo que nunca chega.

 
 
 

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